O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados arquivou, por 14 votos contra 4, representação do PL contra a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS). Ela foi acusada de ofender o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, em dezembro do ano passado. Na ocasião, a deputada também discutiu com os deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e Coronel Meira (PL-PE).
O conselho aprovou parecer do relator da representação, deputado Julio Arcoverde (PP-PI). Para ele, as falas da deputada não ferem o decoro porque ela se manifestou politicamente durante o debate parlamentar.
A deputada lembrou que, no momento da discussão, os deputados analisavam o Projeto de Lei 3283/21, que inclui o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em uma lista de organizações terroristas. "Eu fui atacada, e obviamente não me intimidei pelo ataque. Nós achamos que o Brasil merece não apenas um bom debate, mas uma revolução nas políticas de segurança pública", defendeu.
O deputado Coronel Meira (PL-PE) questionou a decisão do Conselho de Ética e cobrou um pedido de desculpas de Melchionna. "É muito ruim no meu caso ter sido xingado de bandido por essa deputada. Vamos debater, vamos ter os nossos lados, as nossas bandeiras. Mas dentro de uma civilidade, dentro de um respeito à mulher e ao homem que está aqui eleito", lamentou.
Fernando Melchionna negou que tenha chamado Coronel Meira de bandido. "Não vou pedir desculpas por algo que não fiz. Chamei de bandidos os filhos de Bolsonaro, e reafirmo, está nas notas taquigráficas", afirmou.
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