Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara para marcar o Dia Mundial do Orgulho Autista, comemorado nesta terça-feira (18), especialistas ressaltaram a importância de reconhecer as habilidades das pessoas do espectro autista para garantir a inclusão.
Autor do pedido para a realização do debate, o deputado Luiz Couto (PT-PB) sustentou que a data tem por objetivo “desafiar estigmas e preconceitos” e levar ao reconhecimento de que o autismo é parte da diversidade humana. “Pessoas autistas têm perspectivas e habilidades únicas, que enriquecem nossa comunidade de maneiras diversas e profundas, eles são artistas, cientistas, profissionais de diversas áreas”, disse.
A diretora do Grupo Mais Inclusão, Viviani Guimarães, também sublinhou que as pessoas costumam falar sobre o que os estudantes com autismo não conseguem fazer. No entanto, ela defende a necessidade de observar as potencialidades de quem vive com autismo.
Na educação, ela defendeu que só é possível reconhecer a habilidade de cada aluno com deficiência por meio da elaboração de um plano educacional individualizado. “Eu não estou a dizer aqui para a gente fechar os olhos e não perceber as dificuldades que esse estudante tem. Óbvio que a gente precisa saber quais são as lacunas que estão no desenvolvimento, mas eu preciso ver principalmente no que ele é bom. Quando a gente conseguir fazer esse entrelaçamento do que a gente está ensinando com o que ele gosta, a gente vai fazer com que essa aprendizagem seja muito mais efetiva.”
O diretor-presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, Edilson Barbosa, defendeu a necessidade de diagnóstico precoce para o tratamento adequado do paciente com autismo. O ativista ressaltou que uma lei de 2012 já prevê esse direito, que até hoje não é efetivo, segundo ele. Conforme Edilson Barbosa, o movimento do orgulho autista identificou 12 mil crianças na fila pra atendimento com neurologista só no Distrito Federal.
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