Firme e forte como meio de pagamento favorito dos brasileiros, o cartão de crédito segue também como o vilão do endividamento no país. De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, elaborado pela Serasa, mais de 72 milhões de pessoas estavam em situação de inadimplência em fevereiro, sendo a maior parte das dívidas (29,27%) referente a compromissos com bancos/cartão de crédito.
O cenário desafiador, segundo a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), pode se transformar gradativamente graças a mudanças recentes, como o novo teto de juros.
“A partir de agora, os juros e encargos financeiros não podem ser superiores ao valor da dívida original. Isto significa que um cliente que gastou R$ 100 no cartão de crédito não pagará mais do que R$ 200, já considerando todos os juros e encargos”, pontua Francisco Ferreira, presidente da ABCD. “Este limite foi criado para impedir o endividamento explosivo dos consumidores, sobretudo a partir dos encargos do crédito rotativo no cartão de crédito, que são muito altos, superando 400% ao ano”, completa.
Outra inovação que vai na mesma linha é a regulamentação da portabilidade das dívidas do rotativo e do saldo parcelado no cartão de crédito. “O que permite que consumidores possam procurar outros bancos para encontrar alternativas de financiamento mais atraentes”, ressalta o executivo.
Independentemente das novas regras, no entanto, Ferreira reforça que é fundamental usar o cartão de crédito de forma consciente para evitar armadilhas e o comprometimento da capacidade de pagamento. “Muita gente ainda acha que não está gastando dinheiro ao usar o cartão e isso pode gerar um excesso de endividamento”, afirma o presidente da ABCD, que elaborou uma lista com cinco orientações para a melhor utilização do meio de pagamento.
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