O sistema de Previdência Complementar Fechada no Brasil tem se consolidado como um dos pilares da segurança financeira de longo prazo para milhões de brasileiros. Nos últimos anos, a governança e os programas de integridade se tornaram cada vez mais relevantes para garantir a sustentabilidade dos planos e proteger os ativos dos participantes.
Jarbas Antonio de Biagi, Diretor-Presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), destaca a importância desses avanços para o setor: “A profissionalização da gestão dos conselhos e a adoção de práticas robustas de compliance são fundamentais para assegurar a integridade e a proteção dos recursos dos nossos participantes. Estamos comprometidos com o desenvolvimento contínuo de programas que preparem futuros conselheiros para lidar com os desafios complexos do mercado.”
De acordo com Biagi, a criação de um pipeline de profissionais capacitados é essencial para fortalecer a governança das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). “Ao investir na formação de dirigentes e conselheiros, garantimos que o sistema esteja preparado para enfrentar as incertezas econômicas e a volatilidade dos mercados. Isso não só protege os ativos dos planos, como também reforça a confiança dos participantes e patrocinadores no sistema”, afirma.
Avanços na certificação e na profissionalização
O fortalecimento da governança nas EFPC é visível no avanço significativo de profissionais certificados. Dados recentes do Instituto de Certificação Institucional e dos Profissionais de Seguridade Social (ICSS) mostram que mais de 17,5 mil certificados foram concedidos ou renovados desde 2010.
“A certificação profissional é um dos pilares da nossa estratégia de governança. Ela assegura que nossos gestores estejam constantemente atualizados e preparados para tomar decisões que impactem positivamente a sustentabilidade dos planos”, explica Biagi.
Autorregulação e Sustentabilidade
"A autorregulação também tem se mostrado uma ferramenta eficaz para o fortalecimento da governança das EFPC. O Selo em Governança Corporativa de Investimentos e os Códigos de Autorregulação, iniciativas promovidas pela Abrapp, Sindapp e ICSS, são exemplos de como o setor tem avançado na promoção de boas práticas. “Com mais de 106 adesões e cerca iniciativas demonstram nosso compromisso com a transparência e a ética na gestão dos fundos de pensão”, ressalta Biagi.
Resiliência em tempos de crise
Mesmo diante de cenários econômicos desafiadores, o setor de previdência complementar fechada tem conseguido manter o equilíbrio atuarial dos fundos. “A maturidade e o profissionalismo das entidades têm sido fundamentais para que, mesmo em tempos de crise, consigamos reverter resultados negativos e proteger os interesses dos participantes”, comenta Biagi.
Desafios e perspectivas futuras
Biagi também destaca que, apesar dos avanços, os desafios continuam. O envelhecimento populacional e as novas tecnologias são fatores que exigem uma revisão constante das estratégias de investimento. “Nosso objetivo é garantir que o sistema de Previdência Complementar Fechada continue a desempenhar um papel vital na segurança financeira dos brasileiros. Para isso, precisamos seguir investindo na formação e capacitação de nossos profissionais, sempre com foco na ética e na responsabilidade”, conclui.
Sobre a Abrapp
A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) representa o setor de previdência complementar fechada no Brasil, promovendo boas práticas de governança, integridade e sustentabilidade para garantir a proteção dos recursos dos participantes e a longevidade dos planos de previdência. De acordo com o último balanço da Abrapp, o setor conta com 274 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ou fundos de pensão), sendo 235 associadas à Abrapp. Atualmente, há 3,1 milhões de participantes ativos e 900 mil em gozo do benefício, além de terem sido realizados R$ 101 bilhões em pagamentos de benefícios no ano de 2023. Juntos, os fundos de pensão administram R$ 1,27 trilhão em ativos, o que representa 11,6% do PIB.
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