Cerca de 50 pessoas participaram na manhã desta sexta-feira, 21/6, de formação para as primeiras ações da 2ª Marcha das Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas. Foram debatidos temas como racismo, gênero, interseccionalidade, legislação sobre racismo, injúria racial e feminicídio, violência contra a mulher, e o porquê do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, celebrado em 25 de julho.
A formação foi sediada na Secretaria de Assistência Social (Semas) para equipes técnicas - formadas por psicólogas, assistentes sociais, pedagogas e educadoras sociais -, e coordenadores de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Convivência do Idoso e da Família, além de membros das organizações envolvidas na 2ª Marcha e voluntários.
“Essa formação para os trabalhadores é de extrema importância para que as rodas de conversa preparatórias, que também serão realizadas nos CRAS, aconteçam de uma forma mais qualificada, levando informações para as mulheres. Através dessas atividades, buscamos empoderá-las, além de sensibilizar e mobilizar a sociedade em defesa de seus direitos”, comentou a secretária de Assistência Social, Helena Marangoni.
A formação desta sexta-feira (21/6) começou com as boas-vindas e a explicação das etapas e ações do movimento, explanadas pela coordenadora responsável pelas Meninas do Bem Rio Preto, Denise Maria Ferreira. Na sequência, os participantes formaram grupos para debater os temas. Os resultados das discussões foram compartilhados com a plenária e, sob condução de Juliana Mogrão Moreira e Mônica Galindo, os assuntos foram aprofundados. Para finalizar, foi proposta uma dinâmica e os participantes definiram os últimos detalhes para as ações nos CRAS.
Em um segundo momento, que começa já semana que vem, equipes formadas por esses técnicos e voluntários que participaram da formação partem para os territórios para debater os temas com as usuárias dos CRASs. Ainda nos centros, as equipes técnicas organizarão rodas de conversa para eleger mulheres. Tais eleitas serão ouvidas durante o Seminário da Marcha, que acontece no dia 19 de julho, sexta-feira, às 8h, na subseção da OAB.
“Não tem como a gente falar de mobilização social, não tem como a gente trabalhar nos territórios se quem está lá no dia a dia tocando todo o trabalho e lidando diretamente com a população não estiver engajado. A Marcha é muito importante, mas é o final de um processo, que é levantar a demanda da população, fazer o Seminário para pensar essas demandas e transformá-las em políticas públicas. Por isso, precisamos da participação de todos”, afirma a psicóloga e doula Juliana Mogrão Moreira, que integra a subcomissão dos Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia (CRP) de Rio Preto.
O movimento para organização dos eventos da 2ª Marcha começou em dezembro do ano passado e envolve vários órgãos como Conselho Regional de Psicologia (CRP); Secretárias Municipais de Assistência Social; da Mulher, PcD e Igualdade Racial; Cultura; Saúde e Comunicação Social; Conselhos (Afro, dos Direitos da Mulher); Unesp/Ibilce; Ordem dos Advogados do Brasil; Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, além de diversos coletivos e grupos de mulheres, arteiras, artistas, indígenas, da diversidade, entre outros.
A 2ª Marcha das Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas de Rio Preto vai acontecer no dia 27 de julho, sábado, com concentração às 8h, na Praça Rui Barbosa. Estão previstas apresentações culturais antes da caminhada pela região central da cidade, para celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Colaboração: Thayla Azevedo
Fotos: Bruno Carvalho/Pref. Rio Preto