O Brasil já viveu períodos drásticos de abastecimento dos bancos de sangue. Em 2020, durante a pandemia, o Ministério da Saúde chegou a identificar uma queda de 10% entre os doadores em todo o país. A redução foi atribuída ao número de casos de Covid-19.
Atualmente, embora o cenário não seja de pessimismo, há um reconhecimento de que a quantidade de doações poderia ser maior. Em 2022, houve cerca de 3,1 milhões de doações por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), como revelam os dados do próprio órgão. Em termos percentuais, isto significa que 1,4% dos brasileiros doou sangue aos hemocentros.
“É um indicador que coloca o Brasil dentro da margem recomendada pela OMS [Organização Mundial da Saúde]”, explica o hematologista Guilherme Muzzi. “O ideal é que a quantidade de doadores por país seja de pelo menos um a 3% da população local. Ou seja, o Brasil está dentro desta faixa, embora pudesse dispor de mais doadores”, pondera o médico.
Conscientização global
O hematologista explica que a comunidade de doadores pode ser consideravelmente reforçada. Às vésperas do Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado no dia 14 de junho, ele acredita que as campanhas de conscientização global podem agregar novos adeptos.
“É preciso evocar a população para ampliar a doação de sangue, ainda que isso não seja algo tão simples. A reposição é uma necessidade real e imediata para inúmeras pessoas que se submetem a procedimentos cirúrgicos e a outros tratamentos que demandam transfusão. Vale ressaltar que a pessoa que hoje é convocada a doar sangue pode ser a mesma que amanhã vai precisar por algum motivo. Esse espírito de solidariedade e consciência deve ser reforçado durante o mês de junho”, finaliza.
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